Leve
espessura, fugaz, complacente. A música se dilui, o que me leva a escutar
lençóis e fronhas em suaves ondulações, hálitos de brancura, enquanto as mãos e
o olhar se tecem. Livre, abre-se ao meu corpo o teu palácio, as tuas tranças
negras me envolvem como um sopro mais alto, águas que não se cansam, aromas de
pedra, perfumes de cântaros resvalam tangíveis. Abandono-me em espirais
brancas, voluptuosas, em todas as partes da morada do teu corpo, entranhas
mudas impõem-me um flagelo pelos teus ermos, onde por fim vou saber existir nas
comportas abertas onde o meu ser inteiro mede a si mesmo sem que a chuva passe
nos rumores da língua. E ardendo, como uma lava em manchas de óleo, vou me queimando.
Então, parte alguma de mim se intumesce incendiada pela tua corola, boca
impetuosa.
(José Carlos Sant Anna)
(José Carlos Sant Anna)
bom dia José Carlos,
ResponderExcluirde passagem apanho essa chama que se acende num lindo poema :)
obrigada pela força da palavras
abraço
Angela
Dois corpos que se fundem consumidos pelo desejo.Arrebatador, José Carlos.
ResponderExcluirBeijo.
Não tenho desculpa, sei que sou distraída, de facto.
ResponderExcluirBem...como comecei na cena 6 irei descendo.
Quem sabe, não serei leitora sem castigo?
Nesta cena, parou minha respiração e quase sufocava por entre lençóis, castelos e desejos muito para além do imaginável.
Gosto deste combustível infindável onde ardes e fazes arder.
Beijinhos
O tempo correu mais que eu esses dias e acabei ausentando-me mas, o prazer de saborear tuas palavras sempre me trará de volta a tua casa.
ResponderExcluirTive saudades... deixo beijos