Para Joelma Bittencourt
As amoras,
para a minha surpresa,
amadureceram
de ontem para hoje.
Entre um silêncio e outro,
elas atravessaram os umbrais
da adolescência
e sufragaram o teu corpo,
lambuzando-o
com uma tal doçura,
que uma loucura me acode,
apesar da lonjura,
bem perto da cintura
sobre a linha do mar.
Sinto
a maciez da polpa das amoras
nos meus dedos
ou é a maciez do teu corpo
recostada na tarde de
prazer?
Alarga esta tarde,
vai,
te suplico, te imploro!
me ligo ao teu corpo
por essa ardência, essa sede;
me envolvo nas amoras
da tua lira,
me afogo na tua chama,
que me chama e me inspira.
São tuas
as minhas amoras
queimando
neste fogo de ervas
na claridade da tua lira?
Ou são tuas
a permanência clara
deste amador
banhando-se nas águas
das palavras
do corpo luminoso do teu poema?
(José Carlos Sant Anna)
(José Carlos Sant Anna)
José Carlos,
ResponderExcluirEloquência lúbrica, e erotismo elegante. És um verdadeiro poeta.
abraço
Marcos
As amoras costumam sim, amadurecer num rompante, mas a bem da verdade, nem sempre. A percepção pode se dar assim de repente, quando a urgência “entre um silêncio e outro” remonta à adolescência e busca “com uma tal doçura” a loucura que passa a fazer parte “apesar da lonjura” no alargamento da tarde que se perde “sobre a linha do mar”. E assim fica o amador a banhar-se em águas tranqüilas das palavras que se desprenderam de um outro poema, deixando o poeta a sentir nos dedos “a maciez da polpa das amoras”. Ou será a maciez de um corpo que se recosta na tarde para se entregar ao prazer? Quem sabe, os dois?
ResponderExcluirMeu amigo querido, coisa de gênio este teu poema! Correlação perfeita! Admiração profunda por poetas que sabem “duelar” com as palavras...
Que te cheguem horas de muitas alegrias no final de semana.
Meu carinho num beijo no teu coração,
Helena
Um poema encantadoramente delicioso assim como as amoras maduras. Soube bem colhe-las.
ResponderExcluirComo sempre adorei, José Carlos.
Beijo.
Simplesmente magnífico!!
ResponderExcluirA beleza do poema num tom sensual e provocativo,
que nos envolve no balanço da chama inspirada e
inspiradora de claridades poéticas para uma
amplitude das palavras com asas luminosas...
Abraço de paz, caro Poeta.
Amigo poeta,
ResponderExcluirbrilhante!!!!!
tenho um poema tbm que falo das amores relacionadas a um grande amor!!!!!
Maravilha!!!!!
Bjos e desculpe a confusão de não achar as postagens!!!!
hahahahahaah
http://www.elianedelacerda.com
¡Hola Carlos!!!
ResponderExcluirBueno, es un precioso poema que te envuelve e igualmente al lector, en un sensual rito y pasional amor.
En medio de la dulzura de las moras maduras saboreando su néctar... Encendiendo la llama del ardiente corazón que late loco loco por rebozarse entre la pulpa de las moras. Todo el poema es exquisito y muy muy sugerente que invita a releerlo.
Me quedo con estos bellos versos ...
Me envolvo nas amoras
da tua lira,
me afogo na tua chama,
que me chama e me inspira.
São tuas
as minhas amoras
queimando
neste fogo de ervas
na claridade da tua lira?
Chapó. Me encantan.
Siempre es un inmenso placer pasar por esta tu casa.
Te dejo mi cálido abrazo, mi gratitud y mi estima siempre.
Se muy muy feliz.
Vim agradecer e dizer que amei os versinhos que me deixou lá em meu blog. Vc é um fofo e muito querido. *o*
ResponderExcluirQuando vc postar a próxima cena, volto para ler e comentar.
Beijinho.
Certamente, você emprestou as asas de um anjo e voou para os confins de sua alma, para colher versos tão lindos... Acertei, José Carlos?
ResponderExcluirAdore!
Beijos...com gostinho de amoras!!!
Ao passar pela net afim de encontrar novos amigos e divulgar o meu blog, me deparei com o seu que muito admiro e lhe dou os parabéns, pois é daqueles blogs que gostaria que fizesse parte de meus amigos virtuais.
ResponderExcluirPois se desejar visite o Peregrino E Servo. Leia alguma coisa e se gostar siga, Saiba porém que sempre vou retribuir seguindo também o seu blog.
Minhas cordiais saudações, e um obrigado.
António Batalha.
http://peregrinoeservoantoniobatalha.blogspot.pt/
Que tal , um beijo de boa noite, com gostinho de mangustão rs?
ResponderExcluirJosé Carlos, durma bem!!!
Uau, Em grande, José Carlos! Que veio é esse que abre portas ao fermentar que há em si?
ResponderExcluirUm abraço
Vim, nas dobras do meu dia chuvoso, passear na tua casa tão aconchegante e que, além de tudo, me permite colher amoras.
ResponderExcluirPasseando por aqui, desfrutando da sua hospitalidade :)
Beijos