(Dedicado à poeta Joelma B.)
Depois de ler a poesia
de Adília Lopes evito escrever
porque lendo-a na horizontal
vorazmente descubro que não sei
inventar coisa alguma de nada
não está na minha pele esta vocação
mas Adília me leva a escutar
as ondulações minuciosas
do biscoito Maria
saboreando-o nas grutas
onde se escondem as cartas de Mariana
talvez escreva ainda
em torno das palavras os tumultos
que me causaram o teu nome
quando um relâmpago iluminou
o sopro desesperado
do teu olhar cúmplice mas havia
um rumor de água no telefone
e essa dilatação das minhas veias
somente cessou depois que as membranas
na limpidez da tua voz se acalmaram
ou a nudez do silêncio se fez
sem o cálice de Adília.
(José Carlos Sant Anna)
Meu amigo... olha a Vita correndo no Google para encontrar a poesia de Adília Lopes para melhor te entender :)
ResponderExcluirE tudo que vejo é o lirismo dos seus versos são para mim tão incompreensíveis quanto encantadores.
Tenha um lindo fim de semana, deixo beijos para vc
existem "adílias" assim! de facto.
ResponderExcluirque mais parecem balsas, ou ilhas - encantamento!
tão perigosas como trepar montanhas.
abraço
Boa noite Jose Carlos,
ResponderExcluirQuanto tempo meu amigo, lembrei- me de você e deixei um premio Dardos para você e seu espaço. Uma linda semana. Enorme abraço.
Existem Poetas que realmente admiramos
ResponderExcluire muito criativo e gentil a tua expressão (poética também)
de admiração pela bela Poesia de Adília Lopes.
Gostei!!
Abraço, José Carlos!
A Adília Lopes é uma poeta muito apreciada. Gostei desta quase "intertextualidade" com a poesia dela.
ResponderExcluirUm beijo.
Acatado o(s) poema(s), são nossos e é quase impossível não falar nada sobre eles...
ResponderExcluirAdorei, José Carlos.
Beijo.
José Carlos,
ResponderExcluirAssim é o comportamento do poeta, diz-se oprimido pela poesia de Adília Lopes, mas o seu poema é criado, e termina bem, sem o cálice Adília.
Um abraço.
Adília dá-nos a beber na pureza desconcertante do seu cálice, e ao lê-la não poderemos ficar indiferentes. Original como poucos/as, a sua poesia interpela-nos, pela contundência das suas imagens "banais", das suas dores, dos seus desamores, numa abordagem de todo inovadora, numa forma crua e despudorada (as suas rimas com bodas...), e porque para além das bolachas Maria, dos gatos e das baratas, "escrever um poema é como apanhar um peixe com as mãos", denotando um certo experimentalismo, como se a sua poesia pudesse ser bem sucedida ou não.
ResponderExcluirHá nela uma certa ironia e como que uma ausência de questões transcendentais, assim como uma indiferença total pelo que possa agradar ou não ao gosto dominante, expondo de forma directa as suas experiências, divagações e apetites, numa espécie de "usurpação" da invenção, deixando aos outros muito pouco por inventar.
Mas inventaste muito bem a partir dessa tua leitura horizontal.
xx
¡Hola, José Carlos!!!
ResponderExcluirJuraría que dejé ayer un comentario, debí haberlo soñado...
Tu poema es precioso! Te ha hecho bien el sentir esas minuciosas ondulaciones... En la gruta escondida donde uno se encuentra con las hadas y los duendes. No creo que necesites un incentivo, se te da muy bien la poesía, aunque me parece bien leer otros poetas. Yo también lo hago...
Me ha gustado mucho tu poema, como siempre que te leo.
Ha sido un inmenso placer, y agradezco inmensamente tu paseo por mi puerto marinero.
Te dejo un abrazo y toda mi estima.
Se muy -muy feliz.
Linda noite! Quando comparamos os nossos escritos com certos autores nos sentimos pequenos. Toda escrita é válida. parabéns.
ResponderExcluirÉ Adilia, é Mariana, é até uma Maria. Estou achando que são mulheres a mais num poema só! (risos)
ResponderExcluirBeijos, Carlos.
Cada Poeta tiene su manera de latir poesía, cada Poeta tiene la sensibilidad de su alma.
ResponderExcluirUn placer estar en tu precioso rincón, amigo Jose.
Un beso.
A poesia dos outros parece-nos sempre melhor que a nossa.
ResponderExcluirNão comparando coma Adília (não conheço a sua obra), apenas posso dizer que o seu poema é excelente.
Bom fim de semana, caro amigo José Carlos.
Abraço.
José Carlos, bela obra fizeste!
ResponderExcluirA Adília tem coisas!
quem diria?
Lendo-a só
na horizontal
não é indecente
pode é não ser eficiente
Perceber-lhe a textura...
antes convém vê-la
na vertical
petiscá-la pura
Lopes carvão no papel
Não adianta nos compararmos a ninguém, José Carlos... todos somos únicos... também na escrita... e essa diferença deve ser valorizada, entendida e apreciada... mas que há autores que nos são inspiradores... sem dúvida...
ResponderExcluirNão conhecia a poetisa em causa... e do que li... apreciei seu jeito directo... simples (apenas aparentemente, pois a simplicidade é algo sempre grandioso, e a essência das coisas, não é fácil de se conseguir obter)... em que as palavras são rápidamente devoradas... achei fascinante, realmente, o seu estilo de escrita!
Não tecendo comparações, adorei o seu poema, José Carlos... também, por me ter dado a conhecer um novo universo literário...
Abraço! Bom domingo
Ana
Para agradecer sua gentileza, carinho e amizade de sempre, a honra de visitar meu espaço, tão diferente do seu que é tão rico e desejar a vc uma semana de alegrias, inspiração e muito amor.
ResponderExcluirDeixo beijos