Mal disfarçava, na sua altivez,
o remorso nas asas fechadas.
E, como se fossem dedos iguais,
a solidão se tornara visível
nos olhos úmidos.
ao apalpar o vento nos ciprestes,
ao lutar sozinho nas ruas desertas,
faminto de estrelas e de sonhos,
o morcego desiludido esquece
o telefone da lua.
o telefone da lua.
E os seus olhos desvelam
névoas, como estrelas apagadas,
Como também se recusam
olhar de novo os céus depois
de uma noite sem sangue.
Pesaroso, chafurda nas lágrimas
do mundo que deixam
no seu coração vagabundo
o avesso da sombra e dos sobrados
do mundo que deixam
no seu coração vagabundo
o avesso da sombra e dos sobrados
na crispação de uma doce melancolia.
(José Carlos Sant Anna)
Melancolia em ritmo de bossa nova.
ResponderExcluir=)
Quanta solidão! Caiu em mim...
ResponderExcluirMas levo a beleza dos versos e da música.
Que sua noite seja de luz e a quarta, de paz.
Beijos de {Λїta}_ST
Um poema é um música que me tocou forte no coração e me deixou com um gosto agridoce na boca.
ResponderExcluirObrigada por este momento de profunda reflexão.
Um beijinho
melancólico....
ResponderExcluir:(
beijo
:)
Começar pelo vídeo, encantador (Coração Vagabundo),
ResponderExcluirsalve, salve a Bossa Nova e o nosso genial "maluquinho"
João Gilberto, pai da Bossa.
Em qualquer outro País a Bossa Nova seria um estilo
musical igual ao Blues, Jazz, Rock na permanência
viva do seu som. Aqui temos o Forró é primo do Blues,
todos dois ritmos eletrizantes.
Agora, o poema muito belo, que nos abraça com a
"doce melancolia" a carregar no "coração vagabundo",
este mundo às vezes pesa, poeta!
Mas, a altivez reanima a alma para não se curvar,
a vida com a "cabeça erguida" (dizia sempre minha mãe).
Aprecio sempre a tua poética!
Abraço, José Carlos.
Passando para desejar que a sexta lhe renove as esperanças para um fim de semana esplêndido!
ResponderExcluirBeijos de {Λїta}_ST
meu caro amigo
ResponderExcluirvc é um poeta talentoso e surpreendente - na sua poesia tanto pode perpassar um sopro de subtil ironia, como um sobressalto breve de melancolia. e é também um grande contador de histórias
frequentar este blog é garantia de nunca sair defraudado.
mas hoje "invejo" estes dois versos, tão verdadeiros me parecem: "mal disfarçava, na sua altivez/
o remorso nas asas fechadas"
forte abraço
Poeta,
ResponderExcluirNo Céu cabem estrelas, luas, sois...
Cabemos todos nós.
Caso contrário...
Há sempre uma luz no fim do túnel.
Forte abraço poeta.
Ah!
ResponderExcluirPrefiro ficar sempre por último; na fila do túnel.
Outro forte abraço.
Belo poema, muito bem acompanhado por um estupendo músico que já ouvi ao vivo em Lisboa.
ResponderExcluirBom domingo
Meu querido amigo, hj vim escondida, me esgueirando embaixo de sua janela, para deixar um bilhete.
ResponderExcluirSua amizade, suas leituras de mim me encorajaram a te trazer um convite que, esteja à vontade para não aceitar, mas caso queira e/ou tenha tempo, disponibilidade e saco para conhecer melhor (do que já conhece rs) tudo que há em vita, podemos nos comunicar de outra forma... email, whatsapp, facebook, a forma que vc achar melhor, caso ache. Será um prazer e honra para mim. Fique à vontade para não aceitar tb, posso entender perfeitamente qualquer recusa e continuaremos sendo amigos através do blog.
Deixo beijos e que sua semana seja muito feliz
Olá, amigo José Carlos,
ResponderExcluirEm nós, leitores que amam poesia, sempre há algo para destacar; aquele verso que nos toca mais de perto:
"Agora, com as trevas iluminadas,
ao apalpar o vento nos ciprestes,
ao lutar sozinho nas ruas desertas,".
Bravo, José Carlos!
bjs
Por incrível que pareça há "morcegos" assim.
ResponderExcluirBelíssimo poema. De uma elegância suprema o poeta desenha verso a verso quadros de rara beleza, sem remendos ou tropeções.
Parabéns, amigo José Carlos.
A melancolia nos seus versos acolhe e acalma_ apesar do'avesso das sombras e dos sobrados'
ResponderExcluirGosto disso! porque pela manhã abre o sol...
beijo
Inquietante... como é a solidão... misturada de tristeza e melancolia... e contudo... tantos morcegos, na forma de gente, tem este mundo... famintos de estrelas e sonhos...
ResponderExcluirUm poema que nos induz a reflectir... e a acender algumas estrelas...
Abraço!
Ana