Onde agora
o ar salitroso das manhãs
no morro
e as veredas abertas para o
sonho?
Onde agora
os olhos arregalados para
o mundo
e o rosto ambíguo do
desespero?
Onde agora
a invenção de novos caminhos
e os desconhecidos
horizontes?
Onde agora
o marcador de livros e a espátula,
e o porta-lápis e um recorte
de jornal?
Onde agora
a escovinha de unhas e o
porta-perfumes,
e as sombras e o estojo de
maquiagem?
Onde agora
a magia do desconhecido, e os redemoinhos,
e os rastros da lua que se desfizeram
na curva da estrada?...
na curva da estrada?...
Só, tão só, um ramo de saudades...
E um vento frio
que sopra os últimos fios
de esperança do povo brasileiro.
(José Carlos Sant Anna)
Muito emocionada com este teu
ResponderExcluirimenso poema. ...
A emoção me impossibilita de
escrever, meu amigo. ..
Não podemos calar diante desta
execução, a voz da Marielle Franco
é a nossa voz na luta de um
Brasil democrático e não
vamos aceitar que roubem também
a nossa alma de reação à este
Brasil podre e perverso ...
Viva a Democracia, Viva a
liberdade de expressão e viva
a vida daqueles que lutam
pela igualdade social e sem
discriminação perversa que
tanto a vereadora Marielle
Fraco lutou durante a sua
vida, até ser executada
corvademente...
O teu poema nesta sensibilidade e
excelência é a minha voz também,
este teu poema não tem somente
a tua assinatura, mas a assinatura
do Brasil.
Deixo um abraço solidário nesta
mesma dor. ..
Beijo, meu amigo.
Meu caro José Carlos,
ResponderExcluirque posso eu dizer depois de ler o teu poema e o comentário emocionante de nossa amiga comum, a poetisa Suzete Brainer?
juntar a minha à vossa voz e exprimir profundo respeito e solidariedade com a luta das forças democráticas no Brasil na actual conjuntura histórica.
forte abraço
Também junto a a minha voz a esta revolta, a esta luta pelos direitos humanos.
ResponderExcluirUm poema de quem sente a vida em todos os poros e, por isso, a dor espalhada na intimidade das palavras.
"Onde agora ... ?" Dói demais!
Beijo, José Carlos.
Olá José Carlos, sua sensibilidade chega a me comover, fico também sem palavras diante de tamanha grandeza poética. Que justiça seja feita, creio que faltou cuidados relativos à segurança pessoal para com a vida dessa moça.
ResponderExcluirBom domingo poeta José Carlos.
Abraço de paz, deixo!
JCarlos
ResponderExcluirpoema cheio de sensibilidade e uma homenagem a uma Grande Lutadora,
que a sua luta não tenha sido e vão e que as lágrimas derramadas, um dia florescem em flores carregadas de paz.
emocionada, retiro-me...
:(
Foi bom ouvir Chopin e ler o seu poema de homenagem a Marielle Franco. Junto, em silêncio, um ramo ao seu, para que ela também fique com a minha saudade.
ResponderExcluirUma boa semana.
Um beijo, meu Amigo.
Meu amigo José Carlos, poema belíssimo, de grande sensibilidade , de uma construção comovente e que serve como uma luva para todos aquelas milhares de vítimas da violência, como mulheres grávidas, crianças, jovens e velhos, que não foram poucas, uma verdadeira guerra civil e que continua dia-a dia. Um absurdo. Nossa sociedade está muito doente, são feras soltas. Estamos num caos total. Não estou vendo saída...
ResponderExcluirBeijo!
Olá amigo, li com emoção esta linda homenagem ao som da bela música. Boa Páscoa e beijos com carinho
ResponderExcluirOi grande amigo, vim especialmente desejar a ti e aos teus uma boa Páscoa! Deixarei um poemeto que fiz para homenagear os amigos. Tudo de bom! Grande abraço. Laerte.
ResponderExcluirFELIZ PÁSCOA
Autor: Laerte Sílvio Tavares
Que a luz da ressurreição
De Cristo Nosso Senhor
Brilhe no teu coração
E se refrate em amor,
Permeando a tradição
De fé, a dar esplendor
Às festas pascoais que são
Frutos da Paixão e dor
Transformadas em alegria
De Madalena, Maria
E de toda a humanidade!
Feliz Páscoa, pela via
Do amor – nossa luz e guia
Na fé e na caridade!
Uma belíssima e sentida homenagem, José Carlos! E perante tal situação... estaria mais do que na hora do povo brasileiro, se unir, mobilizar, vir para as ruas... mostrar que não está apenas vendo passar os acontecimentos, e exigir demissões de algumas chefias, e cargos políticos... derrotámos uma ditadura com mais de 50 anos de existência aqui em Portugal! Um dia deu um vipe na cabeça do povo... e foi tudo para a rua, no 25 de Abril... atrás dos soldados, que foram arrancar os políticos dos lugares de sempre... Se não confiam nas vossas tropas e forças policiais... há que começar por aí, a mudar as chefias.. são eles que têm as armas na mão... e está-se vendo como as estão a usar, no momento... calando as Marielles que encontram pelo caminho... denunciando abusos... Todo o mundo precisa de se convencer que pode ser a próxima Marielle, que pode ser calado ao protestar sózinho... e perante isso vai esperar bala individualmente... ou simplesmente todos juntos, deverão oferecer o peito às balas, e de facto tentar mudar algo?...
ResponderExcluirO povo unido jamais será vencido... e foi este o grito que acompanhou todo o mundo, por esses dias de Abril de 74... em que o povo daqui, decidiu mesmo fazer algo...
Finalmente, retornando por aqui... depois de uma longa ausência, José Carlos, em que tenho andado menos presente na Net, acompanhando duas operações à vista da minha mãe, e a sua recuperação... demorada... visto ter complicações cardíacas... e tudo ter de ser no seu próprio ritmo... mas felizmente, aos poucos tudo voltando ao normal!...
Vou espreitar mais alguns posts, por aqui, e ao longo dos próximos dias, virei com mais tempo, espreitar que outras novidades, andei perdendo, no entretanto...
Um grande abraço! Votos de uma feliz semana!
Ana
Que bela interpretação de Chopin, gostei bastante.
ResponderExcluirGostei do blogue e vou seguir.
Um abraço e bom fim-de-semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
Sublime, maravilhoso
ResponderExcluirCumprimentos
Fiquei seguidor e linkei no Brincando.