Por
um dos corredores do shopping, uma criança de dois para três anos de idade, puxada pelas mãos de sua mãe, em passos rápidos e coração acelerado, gritava "uma livraria,
uma livraria, oba", feliz da vida por tê-la tão perto de suas mãos, dos seus pés, dos
seus olhos, faiscantes. Por um momento, aquela voz apagou o tom sombrio do meu olhar
sofrido dos dias que ficaram mais longos e que vergam meu corpo ao peso dos
dissabores das arrogâncias do capitão do mato do meu país natal; por um momento, aquela voz me fez acreditar
que os ventos que me fazem tão diverso hoje são os mesmos que não apagam as
esperanças de que dias melhores virão.