Uma lâmina afiada
a cegueira dos que nada viram
e a sensação de que o mundo
desaba
deixa-me absolutamente sozinho
cercado de encostas nuas
por todos lados
Uma lâmina afiada que corta
as folhas empapadas de orvalho,
ainda
verdes, e que me dizem
desde
o momento
em
que passam a respirar ou a viver
em
todas as outras como se tudo
fosse um infinito presente
E
no austero escambo com o vento
os
sóis morrem na lavoura arcaica
à parte, o nada em que as palavras
sobrevivem sem que eu as diga.
(José Carlos Sant Anna)
Austero trueque con el viento pero que nos permita respirar.
ResponderExcluirNo pido más.
Un abrazo.
Las palabras sobreviven (quizás malviven, pero no viven) esperando a que las pronuncies.
ResponderExcluirPrimero te leo así, entendiendo (casi) todo lo que puedo, y me agarró ese infinito presente, me tomó de la mano y me pidió que me quedara con él. En la segunda lectura, con ayuda del traductor, éste tradujo presente como regalo ("como si todo fuese un infinito regalo...") y sonreí, como si fuera una señal.
Percibo algo de soledad, algo de desencanto, melancolía... y belleza. Y pienso en lo bonito que sería que publicaras más a menudo.
Beijos, muitos
Respirar en la mañana tus palabras es como beber un te verde me ha encantado esta bocanada de palabras. Has sido un regalo. Gracias.
ResponderExcluirFeliz día.
Beso.
Meu amigo José Carlos Sant Anna gostei muito do seu "O
ResponderExcluirque não parece ser", do qual destaco estes versos:
"
[...] o nada em que as palavras
sobrevivem sem que eu as diga.”
Uma boa semana, com os cuidados com o vírus, caro José Carlos.
Grande abraço.
Olá, José Carlos, que lindo, que forte...que sofrido poema.
ResponderExcluir"Uma lâmina afiada que rompe
a cegueira dos que nada viram
e a sensação de que o mundo
desaba"
Eu estou com essa sensação de que o mundo está desabando...
E assusta.
Um beijo, uma boa semana.
Lo es... es una cuchilla afilada que nos corta muchas emociones... veo esas pendientes y ... tú sabes hacer de la palabra elogios por eso ellas llegan a ti sin hacer nada. Precioso, amigo.
ResponderExcluirMil besitos para tu lunes JOsé Carlos.
Se siente esas cuchillas afiladas en cada palabra versada.
ResponderExcluirTe deseo una buena semana.
Simplesmente brilhante, poeticamente falando. Gostei muito de ler.
ResponderExcluir.
Cumpts
Cuide-se
Um respiro de sensibilidade na realidade crua,diante das lâminas cortantes aos olhos nus e perplexos.
ResponderExcluirOxalá,os sóis continuem nascendo e palavras poéticas acontecendo nas 'dobras dos nossos dias'
abraço, Jcarlos
Melancolicos versos. Y creo que si, el mundo esta colapsando..... Saludos amigo.
ResponderExcluirJCarlos
ResponderExcluirPoema pertinente e dorido, como está o mundo.
O meu comentário a este poema é a minha postagem de hoje, li este poema no domingo e escrevi o meu ontem, espero que goste.
deixo meu abraço bem apertado e um beijinho
:)
http://olharemtonsdemaresia.blogspot.com/
Em tempo!
ResponderExcluirGostei muito do video
:)
As palavras sobrevivem, mesmo neste infinito presente que nos corta a respiração, mesmo com a sensação de que o mundo vai desabar… As palavras sobrevivem, sim, Poeta.
ResponderExcluirUm grande beijo, meu Amigo José Carlos.
E agora, Manuel? que dizer?
ResponderExcluirdeixar apenas que a beleza do poema te "persiga" (horas, dias)~
e partir
em busca e louvor
das palavras que "sobrevivem sem que eu as diga".
enorme, enorme teu talento, Poeta!
grande abraço, meu caro José Carlos Sant Ana
Palavras assertivas que dizem dum mundo atolado em interjeições.
ResponderExcluirE nas dobras do dia há "lâminas afiadas que rompem a cegueira dos que nada viram".
Na verdade todos nos sentimos sozinhos.
Parabéns, amigo José Carlos.
Beijos.
Um poema acutilante e melodramático à altura dos dias do espanto que se vive à escala planetária...
ResponderExcluirDeixei um comentário ao seu, no meu 'post' dedicado às mães...
Apesar de tanto pesar, que nunca falte a boa música e a poesia.
Abraço cordial.
~~~
Essa sensação de que o mundo desaba... tão presente, nos nossos dias, ultimamente... e muitíssimo bem expressa, nesta profundamente lúcida e assertiva, inquietação poética!...
ResponderExcluirMais uma vez, um prazer imenso descobrir o universo musical, de Hamilton de Holanda... virei noutro dia, com mais tempo, escutar este formidável vídeo!
Beijinhos, José Carlos! Bom fim de semana!
Ana